Medo



           Desde muito pequena, sempre fui do tipo tímida e medrosa. E de algum modo, uma coisa puxou a outra e elas eram ligadas de um jeito que eu acho que eu era mais tímida que o normal por conta desse meu medo . O que eu sei é que isso atrapalhava muito a minha vida. E eu não estou falando de coisas absurdas não, falo de coisas bobas mesmo, como falar com a menina novata da sala, dançar numa festa ou fazer qualquer coisa que eu achava legal, que eu fazia tipo em casa, mas não faria NUNCA fora da minha casa. 
         Eu ainda sou tímida, bastante tímida, pelo menos em locais desconhecidos, ou com pessoas que eu não tenho tanta intimidade ou pessoas que estão em uma escala hierárquica mais elevada, tipo professor, pai de alguém, mãe de alguém. E sim, eu ainda sou muito medrosa. E quando eu era pequena eu detestava ser assim, queria ser corajosa, porque eu admirava as pessoas que eu considerava  de coragem. 
           Hoje que eu cresci um pouquinho, vejo o medo de outra perspectiva. Aprendi que o medo é que move muitas das nossas atitudes ao longo da vida. Que o medo de ser atropelado nos faz prestar atenção ao atravessar a rua, o medo de perder de ano no colégio ou de não ser "alguém na vida" nos faz estudar (não que isso seja nosso único combustível), que o medo de magoar alguém nos faz pensar duas vezes antes de falar algo. Resumindo, o medo nem sempre é ruim e eu sei, que se pensasse melhor, poderia encontrar outros exemplos mais pertinentes para explicar o meu raciocínio, mas por medo de não parecer tão espontâneo, deixo assim. 
           Com o tempo, também pude entender a coragem. Quando criança, achava que ser corajoso era não sentir medo, mas na verdade, ser corajoso é confrontar o que te dá medo, principalmente quando esse medo o impede de viver. Eu ainda tenho medo de falar em publico, eu ainda tenho medo de andar na rua sozinha a noite, eu tenho medo de ser assaltada, tenho medo de não passar na Faculdade, sou coberta de medos, mas mesmo assim, eu nunca vou deixar de apresentar meus trabalhos da escola, nunca vou deixar de sair na rua, nunca vou deixar de pegar ônibus, vou fazer a prova do vestibular, vou fazer o que eu tiver que fazer,  mesmo com todo o medo do mundo. A 7-8 anos atrás eu achava que ou uma pessoa era medrosa, ou era corajosa. Eu não entendia esse significado de coragem. Hoje, sou grande o bastante pra dizer que sou a medrosa mais corajosa que eu conheço. 


Bom, hoje foi isso. 
Na minha próxima postagem, estou pensando em algo diferente. 
Beijos, Carol! 

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